sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Mais exercício e menos remédio


Mulheres são as que mais se beneficiam da relação "consumo de medicamentos e atividades físicas"
Um estudo verificou que mulheres acima de 60 anos que praticam 150 minutos por semana de atividades físicas moderadas, como caminhadas, consomem menos remédios em comparação às que não têm o mesmo hábito.
Esta é a conclusão do trabalho de mestrado “Relação entre nível de atividade física, aptidão física e capacidade funcional em idosos usuários do programa de saúde da família”, realizado por Leonardo José da Silva, na Universidade Federal de São Paulo com Bolsa da FAPESP. Ele acompanhou 271 mulheres com idade acima de 60 anos que participaram do Programa de Saúde da Família, organizado pela Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
As participantes que cumpriram um programa de exercícios variados de no mínimo 150 minutos semanais apresentaram consumo de medicamentos 34% menor em comparação às mais sedentárias.
“Esse tempo mínimo de exercícios de 2,5 horas semanais é preconizado pela American Heart Association e pelo American College of Sports Medicine”, disse Silva à Agência FAPESP. Com menos de 10 minutos semanais de atividade física o indivíduo é considerado sedentário e entre 10 minutos e 150 minutos de exercícios por semana ele é categorizado como insuficientemente ativo. Os resultados do estudo foram apresentados em maio no 3th International Congress Physical Activity and Public Health realizado em Toronto, no Canadá.
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Guiomar Silva Lopes, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp e orientadora de Silva, considera o programa oferecido pela cidade paulista aos idosos uma valiosa fonte de pesquisa. As atividades físicas disponibilizadas incluem caminhadas, exercícios de aprimoramento de força muscular, equilíbrio, flexibilidade e capacidade aeróbica. Há também visitas domiciliares feitas por agentes de saúde, nas quais os idosos são incentivados a praticar atividades físicas frequentes, como ir ao mercado ou fazer um passeio a pé.
O consumo de remédios das participantes da pesquisa foi avaliado por meio do cadastro da Secretaria Municipal da Saúde de São Caetano do Sul. Na base de dados estão registradas informações relevantes sobre todos os participantes do Programa de Saúde da Família, incluindo os medicamentos consumidos regularmente.
Economia de medicamentos
Segundo Guiomar, os resultados do estudo poderão subsidiar políticas públicas que incentivem a atividade física visando à prevenção e controle das doenças crônicas associadas ao envelhecimento, reduzindo despesas com medicações e internações.
“Podemos perceber a importância desse estudo ao constatar que o idoso consome, no mínimo, cinco medicamentos associados a doenças ligadas ao envelhecimento”, disse a orientadora.
A relação causa e efeito entre atividade física e consumo de medicamentos ainda está sendo estudada. A redução dos níveis de pressão arterial proporcionada pela atividade física é uma das hipóteses levantadas pelo estudo de Silva, uma vez que a doença é uma das mais comuns entre a população idosa, estando presente em mais da metade das pessoas acima de 60 anos.
O diabetes, com prevalência de 25% entre idosos, é outra enfermidade afetada pelo nível de atividade física. “Há estudos indicando que exercícios respiratórios aumentam a sensibilidade do organismo à insulina”, comentou a professora da Unifesp.
Esse efeito é importante para as pessoas em cujos organismos a insulina não atua de maneira eficiente. “A resistência à insulina tem alta prevalência na população idosa e se caracteriza pela menor resposta à insulina, com aumento discreto da glicemia e da insulinemia. Estes fatores juntos contribuem para a obesidade e o aumento do risco de doenças cardiovasculares”, disse.
As mulheres são as que mais se beneficiam da prática de atividades físicas, no caso levantado em São Caetano do Sul. Guiomar conta que a pesquisa se restringiu ao público feminino porque ele representa a grande maioria dos participantes do programa.
A professora ressalta que não são completamente conhecidas as razões que levam a menor participação masculina nessas atividades. “Sabemos que a mulher tem expectativa de vida um pouco maior do que a do homem, aumentando a frequência de mulheres viúvas e sozinhas, porém esse fato não explica a absoluta ausência masculina”, disse.
Segundo Silva, o estudo destaca o fortalecimento da medicina preventiva, área que se encontra em crescimento e tem laços com a educação física. “A prescrição de medicamentos ainda é preponderante na prática médica. Podemos diminuir esse consumo de remédios com métodos de prevenção baratos e simples como a atividade física”, sugeriu.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Corrida forte ou lenta ?


Diferenças que justificam o prazer
Se há uma diferença marcante entre um corredor rápido e um corredor lento, sem sombra de dúvida é: a consequência social, pelo fato de correr rápido e correr lento. Um corredor rápido, geralmente é admirado e todo mundo deseja ser um deles. Mas, o corredor lento é pouco admirado pela sua demorada relação com a corrida, não que seja um problema, mas, é que muita, mas muita gente mesmo, deseja ter amigos que correm rápido, e ser um deles também.
Mas, será que é justo pensar que você pode, pela amizade e pelo modismo? Será que você pode, sem antes refletir em como anda sua condição física e se está na hora de assumir o cargo de corredor rápido? Ou ainda; será que você não está perdendo seu tempo correndo lento, enquanto sua condição física já está sinalizando que deve correr rápido?
Em épocas de provas de rua, e diga-se, como há provas nesta terra! Melhor é que cada pessoa seja o seu próprio fiscal. Mesmo as pessoas que possuem um treinador terão que avaliar-se e convencer-se de que não são aquilo que se pretende para o momento, mas sim, o que seu organismo preparou ou está apto a assumir.
Um exame de esteira com um médico e uma avaliação pormenorizada de um profissional de corridas poderão adiantar e preveni-lo para não sofrer em consequências de treinos desmedidos e corridas descabidas. Nesta época de São Silvestre, correr um prova tão emocionante como tal, pode nos colocar em verdadeiras arapucas e permitir-nos as armadilhas preparadas pelo nosso subconsciente.
Corrida rápida sem estar no nível para tal esforço pode gerar: Cansaço nos primeiros quilômetros da prova, desgosto rápido pela prova, cansaço progressivamente elevado, que culmina em desastrosa subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, e que nem deveria levar toda esta fama.
Corrida forte pode ter duas origens: a primeira de uma pessoa que está apta para tal esforço físico e tem o respaldo médico para isso. A segunda, corrida rápida desmedida: o Corredor adota um ritmo rápido, dada a explosão de alegria e satisfação por estar em uma São Silvestre, passeando dentro de uma armadilha que todos os corredores do mundo que já armaram durante a participação desta magnífica prova, onde experimentaram, erraram e acertaram.
Portanto, são muitos anos de erros e acertos e como é a partir destes fatos que se permite a conquista e a derrota, procurei prolongar o foco, abrindo o leque e abranger a todos os corredores anônimos ou famosos, desejando que o resultado seja o melhor de cada corredor e, a tristeza pelo erro, não seja uma realidade para tantos, como ainda é.
Recordo-me de passagens de corredores em São Silvestres passadas (desde 1976), se esforçando muito para aparecer e talvez chegar na frente. Acreditem, não existem milagres em corridas, por isso caem sobre nossas responsabilidades administrar o ritmo e colher os frutos; bons ou ruins.
Se você ainda pensa em correr rápido e não possui uma avaliação adequada, vou contar um segredo: o seu maior apoio está num exame ergométrico, administrado por um médico do esporte e competente, para corridas de longas distâncias, além é claro, de um ótimo treino de base.
Depois de se avaliar, com certeza você terá definida a velocidade adequada para correr e obterá êxitos. Se desejar garantir este benefício, siga as demais dicas no artigo da semana de 3/12 do ativo.com.
Correu rápido e achou que poderia mais? Quando lidamos com limites, às vezes são necessários vários meses de observação e administração dos treinos por um profissional especializado em corridas, de forma que se defina o momento exato de forçar a velocidade ideal na corrida. Desta forma o avanço até o limite do seu nível de condicionamento físico, pode ser explorado sem medo. Se você não possui um treinador, procure então seguir as minhas recomendações pelas dicas no artigo do dia 3/12 do ativo.com.
Corrida Lenta: A calma e a facilidade em se permanecer num ritmo lento de corrida pode trazer sensações de conforto, a medida que se corre e o prazer por tal esforço fica bastante marcante durante toda a prova, cabendo ainda, um acelerado ritmo de chegada, inclusive na parte mais temida - a Avenida Brigadeiro Luiz Antonio.
Correr muito lento pode oferecer um desgaste que ninguém esperava: cansar as pernas pelo trabalho penoso de correr muito lento. Imagine só? Você correr tão lentamente que sua musculatura não consiga descansar, dada a distância pequena entre um pé e o outro (passada), onde inexiste a fase aérea da corrida, que descansa e prepara a perna para nova solicitação.
Então, correr rápido ou correr lento é só uma questão de opinião médica e profissional de Educação Física. Não pense que Deus cuidará de tudo, por que ele tem que ajudar o Papai Noel que não anda dando conta de presentear tantas pessoas.
Boas aventuras seguras.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tênis para cada tipo de pé podem não prevenir lesões


Tênis de amortecimento, de controle de movimento, de estabilidade. As opções para corrida atendem aos diferentes tipos de pés e têm como meta reduzir lesões. Mas realmente funcionam? De acordo com pesquisas listadas pelo blog Well, do jornal The New York Times, não há comprovação de eficácia.

O exército americano realizou três grandes estudos, que constataram quase nenhuma relação entre usar calçado "apropriado" e afastar contusões. O índice de problemas entre os corredores analisados foi alto e chegou até a ser maior no grupo de soldados que receberam tênis diferenciados em vez de neutros.

Outra pesquisa, divulgada online em junho na publicação The British Journal of Sports Medicine, produziu resultados parecidos com os dos militares. Oitenta e uma mulheres com experiência em corridas de distância foram classificadas de acordo com o pé e apenas metade recebeu tênis específicos. Todas começaram um treinamento de 13 semanas de meia-maratona. No final, cerca de um terço perdeu dias de atividade por conta de dor, sendo que a maioria das machucadas calçou tênis "apropriados".

O líder dos cientistas que acompanharam as esportistas, Michael Ryan, disse que, em certos aspectos, os calçados diferenciados funcionam. Os tênis de controle de movimento, por exemplo, realmente reduzem significativamente a pronação (movimento de rotação interna dos pés e pernas), segundo testes biomecânicos. O problema é que ninguém sabe se ela é realmente o assunto prioridade, acrescentou Bruce H. Jones, autor dos estudos militares.

A dica de Ryan para quem vai comprar tênis é provar pares variados e verificar se sente alguma dor ou desconforto. Seria interessante, segundo o especialista, correr com eles em volta do quarteirão antes de decidir qual é o melhor exemplar. O problema é achar uma loja que deixe, não é?

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Um coração saudável está nos genes ou no estilo de vida?


Coração sob controle

A saúde cardiovascular a partir da meia-idade é uma herança dos seus genes ou é algo que dependa do seu estilo de vida, estando portanto dentro do seu controle?

Dois grandes estudos, realizados na Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, confirmaram que um estilo de vida saudável tem impacto muito maior sobre a saúde cardiovascular do que a herança genética.

O outro estudo testou diretamente a questão genética, e também mostrou que a saúde cardiovascular é devida principalmente ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis, e não à hereditariedade.

Os dois trabalhos foram apresentados na semana passada durante a reunião anual da Associação Americana do Coração, em Chicago.

Como manter o coração saudável

O primeiro estudo revela que a maioria das pessoas que adotaram comportamentos de vida saudáveis no início da vida adulta mantiveram um baixo risco cardiovascular na meia-idade.

Os cinco comportamentos saudáveis mais importantes são:

1 - Não fumar;
2 - Pouca ou nenhuma ingestão de álcool;
3 - Controle do peso;
4 - Atividades físicas; 5 - Dieta saudável. "Os comportamentos saudáveis podem superar a maior parte da sua genética," disse o Dr. Donald Lloyd-Jones, um dos autores dos estudos. "Esta pesquisa mostra que as pessoas têm controle sobre sua saúde cardíaca. Quanto mais cedo eles começarem a fazer escolhas saudáveis, maior probabilidade terão de manter um perfil de baixo risco para doenças cardíacas."

Comportamento de alto risco

O primeiro estudo investigou por que muitos adultos jovens, que apresentam um perfil de baixo risco para doenças cardíacas, saltam para a categoria de alto risco na meia-idade, apresentando pressão arterial elevada, colesterol alto e excesso de peso.

Essa piora no estado de saúde é resultado de mudanças no estilo de vida, conclui o estudo.

Mais da metade dos jovens que seguiram os cinco fatores de estilo de vida saudável ao longo de 20 anos foram capazes de manter seu perfil de baixo risco para a doença cardíaca na meia-idade.

Há grandes benefícios em chegar à meia-idade com um perfil de baixo risco para doença cardíaca. Essas pessoas vão viver muito mais tempo, terão uma melhor qualidade de vida e gastarão menos com saúde.

Um perfil de baixo risco significa ter colesterol baixo, pressão arterial normal, não fumar, não ter diabetes, fazer atividades físicas regulares, ter uma dieta saudável e não ter excesso de peso.

Saúde cardiovascular

O segundo estudo monitorou três gerações de famílias para determinar se a saúde cardiovascular é herdada ou não.

A "herdabilidade", conforme foi definida no estudo, inclui não apenas uma combinação de fatores genéticos, mas também os efeitos de um ambiente compartilhado, como os tipos de alimentos que são servidos em uma família.

O estudo descobriu que apenas uma pequena proporção da saúde cardiovascular é passada de pai para filho. A maior parte da saúde cardiovascular é devida ao estilo de vida e aos comportamentos saudáveis assumidos por cada membro da família.

"O que você faz e como você vive vai ter um impacto maior sobre sua saúde cardiovascular do que seus genes ou como você foi criado," explica Norrina Allen, principal autora do estudo.