domingo, 10 de julho de 2011

COMO CHEGAR AO SEU PESO IDEAL?

Essa pergunta tem sido feita por um grande número de pessoas. Médicos, nutricionistas e professores de educação física, e eventualmente também fisioterapeutas e psicólogos, tem sido acionados para nos ajudar a respondê-la. Acredito que todos nós já sabemos qual é (ou quais são) as respostas. Mas, saber a resposta não é suficiente para realizar nosso objetivo. É preciso algo mais. Esse “algo mais” é a nossa VONTADE. Por isso mencionei os psicólogos como um dos profissionais necessários, em alguns casos – ou talvez na maioria deles?
Inúmeros trabalhos acadêmicos, ou leigos, têm sido escritos sobre esse tema. Muitos discorrem sobre a nossa alimentação, proporcionando aconselhamento sobre refeições especiais, feitas a intervalos recomendados. Dentre tais recomendações, surgem algumas que aconselham a não ingerir determinados alimentos exceto em quantidades mínimas, ou que não se misture o alimento “A” com o alimento “B”. Outros trabalhos falam sobre a importância do exercício regular, essencial não apenas para nossa saúde em geral, mas especialmente para manter nosso peso dentro dos limites recomendáveis para nosso perfil, aí incluindo idade, sexo, altura e nível de atividade física.
Infelizmente, a existência de trabalhos sobre a atitude mental que se deve ter, aquela que afete a nossa persistência em mudar nossos hábitos, já não é tão comum. Isso nos leva a sugerir que os psicólogos venham a se dedicar mais a esse campo, um dos mais necessários para a saúde geral da população, mas tão pouco discutido. O desenvolvimento de um maior número de trabalhos no campo da psicologia, voltados à discussão da aderência ao exercício e à modificação e/ou formação de hábitos, certamente trará benefícios também a outros problemas sociais bem conhecidos, como o tabagismo, o alcoolismo ou a adição a drogas. Mas vejamos as variáveis básicas que afetam a nossa questão inicial.
A primeira delas é a ALIMENTAÇÃO – Alimentação, de uma forma geral, é o conjunto de coisas que ingerimos – líquidos ou sólidos – além dos processos e intervalos de ingestão escolhidos, contendo a quantidade de nutrientes necessários à preservação de nossa qualidade de vida. Dificilmente ingerimos a combinação de nutrientes necessária, e frequentemente esquecemos o “ritual” de ingestão correto, que se refere à mastigação adequada, além da temperatura indicada para cada tipo de alimento. Considerando a evolução do mercado supridor de alimentos e as famosas “fast foods”, desde a infância, estamos sujeitos à ingestão inadequada de sódio, gorduras, açúcares e outros componentes, além da sua mastigação inadequada. O resultado é o surgimento de outros problemas, dos quais o mais comum são a formação de depósitos gordurosos em nosso corpo, particularmente na sua área central.
Como eliminar o excesso? Primeiro, tratando de controlar o que e como ingerimos e, segundo, tratando de eliminar o que já se instalou em nosso corpo. A qualidade de nossa alimentação, tanto no que se refere ao seu conteúdo quanto à sua periodicidade, já é de nosso conhecimento. Mas aquilo que já acumulamos deve ser eliminado também via ATIVIDADE FÍSICA, nossa segunda variável.
A atividade física, desempenhada na intensidade e volume adequados, fará com que a nossa “massa gorda” seja eliminada paulatinamente, ao passo que a nossa “massa magra”, ou seja, os tecidos que formam nossos músculos, seja aumentada. Quanto mais massa magra, maior será a demanda energética para a realização de um certo trabalho, em uma certa intensidade, por um certo tempo.
E aqui chegamos a um componente muito discutido, cujo entendimento ainda precisa evoluir: As CALORIAS. “Caloria” é uma forma de descrever a unidade de energia necessária a movimentar nossos órgãos e músculos para que desempenhem um certo trabalho. A “caloria” pode ter fontes diversas. O combustível que alimenta nossa máquina fisiológica não vem de um lugar apenas, mas de uma combinação de elementos, dos quais as gorduras e os carbo- idratos são os mais conhecidos. Por razões fisiológicas, nosso corpo se assemelha a um motor multicombustível. A combinação de elementos que proporcionem a energia que precisa queimar para produzir seu trabalho varia em função da intensidade. Quanto mais lento for o regime de trabalho, maior será a proporção de gorduras na combinação combustível, ou seja, quando caminhamos, consumimos proporcionalmente mais gorduras do que quando corremos. Este assunto é extremamente interessante, porque, na queima do combustível, temos o componente “aeróbio” (presença de oxigênio) ou “anaeróbio” (queima sem oxigênio ou com quantidade mínima de oxigênio), e isso traz todo um novo mundo de observações, ilustrando a importância da respiração e do sistema cardiovascular como um todo na qualidade das atividades geradoras do trabalho de nosso corpo.
Ao olharmos para uma “caloria” como uma unidade de combustível isolada, sem considerarmos as proporções diferenciadas que mencionamos no parágrafo anterior, cometemos um erro grave. Ao corrermos muito intensamente – digamos acima de 85% de nossa frequência cardíaca máxima – a quantidade de gorduras consumidas será proporcionalmente menor do que se estivéssemos nos exercitando a 70% ou 65% de nossa FCMax. Correr em excesso para perder peso fará você perder muita água, porque a temperatura corporal vai subir ainda mais, e precisará ser arrefecida , ao passo que nossas gordurinhas não sofrerão grande redução. Por outro lado, o risco de lesão por nos exercitarmos a uma intensidade maior será consideravelmente maior, especialmente se considerarmos haver sobrepeso em nosso corpo. Nossos ligamentos, articulações e ossos sofrerão mais por tentarmos carregar nosso peso em excesso por uma distância maior, com velocidade maior. Volto a insistir: isso não trará de volta o seu peso desejado, mas poderá lhe trazer outros problemas, interrompendo seu exercício.
Recomendo aos nossos leitores que procurem conhecer mais sobre esse conjunto de variáveis – ALIMENTAÇÃO – EXERCÍCIO – VONTADE (ou Formação de Hábito). Não deixem esse conhecimento exclusivamente por conta dos profissionais que os orientam, mas procurem conhecer as variáveis que afetam o seu caso particular. Isso será útil para discutir com seus orientadores qual será a melhor estratégia de alimentação e exercício adequada ao seu caso particular. A sabedoria popular nos traz o conselho definitivo: “Cada um sabe onde lhe doi o calo”. Não transfira esse conhecimento para ninguém, mas compartilhe-o com seu personal, médico, nutricionista ou treinador. Saber mais sobre o próprio corpo vai lhe trazer muitos benefícios.
Concluindo, em nosso trabalho nós proporcionamos ferramentas de medição – os Monitores de Frequência Cardíaca - que nos permitem saber a intensidade de nosso exercício, através da frequência cardíaca, e também em que percentual as gorduras estão contribuindo para a queima calórica. Além da VONTADE, o domínio dessas duas variáveis – intensidade e consumo calórico correto – são essenciais para alcançarmos nossos objetivos.

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